MORRE
MADÚ, ELEFANTE FÊMEA DO CIRCO DI NÁPOLI
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Madú, do Circo Di Nápoli
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completa do Jornal Extra de Janeiro de 2003 clique
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Deutsche
Welle Net TV
ANIMAIS SÃO RESGATADOS DE CIRCO NA
ALEMANHA
Protetores,
vets, zoólogos e biólogos se uniram para resgatar
os animais de um grande circo que se apresenta na Alemanha: tigres,
leões, macacos de várias espécies, elefantes,
cabritos, etc. Os protetores detectaram que os animais estavam com
dentes serrados, com infecções intestinais, patas
machucadas, infecções nos olhos e muitos com problemas
psicológicos. As jaulas e a alimentação também
não eram adequadas. Todos os animais foram resgatados, tratados,
alguns operados e estão sendo encaminhados para Zoos da região.
Revita de
Fato, Janeiro de 2003
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Correio
Popular 03.01.2003.
LEÕES ABANDONADOS POR CIRCO GERAM PROTESTOS
EM SUMARÉ
Delma Medeiros, da Agência Anhangüera
Três
leões deixados para trás por um circo estão
mobilizando a população dos bairros Parque Amizade
e Santa Elisa, em Sumaré. O Circo de Romeni ficou instalado
por dois meses numa área pública cedida à Associação
Amigos de Bairro do Parque Amizade, mas foi desmontado há
cerca de 15 dias. Apenas os leões - duas fêmeas e um
macho - continuam no local, em jaulas com menos de dois metros quadrado,
sem qualquer isolamento, o que preocupa a população,
pelo abandono em si e pelo risco que os leões podem representar
às pessoas, crianças especialmente.
O proprietário do circo, Mário Stankowich, diz que
as atividades foram interrompidas pelos próximos três
meses e que pretende fazer a doação dos animais para
a Prefeitura de Sumaré. O problema é que as repartições
municipais estão em recesso até a próxima segunda-feira,
e nesse período o destino dos animais permanece incerto.
Stankowich afirmou que alimenta os leões e mantém
um funcionário 24h por dia de vigia. A informação,
no entanto, é contestada por moradores das imediações.
"Esses leões precisam ser levados para um local maior
e ser melhor tratados", disse Edson Lopes, morador das imediações.
Segundo ele, um funcionário do circo vai ao local alimentar
os animais, mas não fica ninguém de vigia para evitar
a aproximação de crianças.
"Os
animais estão estressados e doentes, parece que estão
morrendo", disse um morador que preferiu não se identificar.
Sua declaração causou indignação no
proprietário do circo, que iniciou com o morador uma discussão
tão acalorada que a Polícia Militar foi acionada para
evitar um confronto físico.
Feliciano Nahimy Filho, presidente da União Protetora dos
Animais (UPA), visitou o local e contou que o proprietário
pediu prazo até segunda-feira (quando a Prefeitura retoma
as atividades) para solucionar o impasse. Segundo Nahimy, Stankowich
disse que alimenta os animais a cada dois dias para que eles não
engordem, porque isso atrapalha a atuação circense.
"Isso é desculpa. Os animais têm que comer todos
os dias", afirmou, lembrando que famintos os leões representam
uma ameaça ainda maior.
Lição
infantil
"Quem
quer ter leão tem que cuidar. Eles precisam comer todos os
dias", afirmou André Pereira, de 7 anos. A mãe,
Maria Pereira, contou que o menino pede que ela compre carne para
alimentar os animais quando os escuta rugindo durante a noite. Segundo
os moradores das imediações, além do mau cheiro,
ninguém consegue dormir direito porque os animais rugem a
noite toda. Plínio Simões de Brito, que mora a uma
quadra da área, disse que um amigo viu os funcionários
do circo dando um cachorro para o leão comer. "Essa
situação não pode continuar", afirmou.
A Polícia Florestal de Americana foi acionada e deveria inspecionar
o local ontem, mas não havia apresentado relatório
até 18h. Wilson Lima, gerente executivo do Instituto Brasileiro
de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
no Estado de São Paulo, disse que a fiscalização
sobre as condições em que os animais são mantidos
cabe à Prefeitura, que é quem autoriza a instalação
do circo. Lima afirmou que o abandono dos animais é crime
e que a solução deve ser buscada com a administração
municipal.
Folha
de S.Paulo São Paulo 04/01/2003
LEÕES ABANDONADOS EM SUMARÉ
(SP)
Três
leões foram abandonados pelo dono do circo Stankowitch, Mário
Stankowitch, dentro de uma jaula, numa praça no centro de
Sumaré (120 km de SP). A praça foi isolada depois
da denúncia de moradores, na quinta-feira. A polícia
ambiental obrigou o proprietário do circo a encontrar uma
solução segura até segunda-feira para o futuro
de Nely, Suzi e Vargas, os três animais abandonados.
Stankowitch alega que o circo deixou de funcionar e não sabia
mais o que fazer com os leões. No momento, um abrigo de animais
se comprometeu a cuidar dos leões até que seja encontrada
uma solução para o caso.
Jornal
da Tarde 5-01-2003
CIRCO
ABANDONA LEÕES EM SUMARÉ
As leoas Susi
e Júlia, abandonadas em Sumaré:
polêmica na cidade
Enjaulados,
os animais foram largados num campo de futebol há um mês.
Agora, os moradores querem que eles fiquem na cidade, mas o prefeito,
não.
"Respeitável
público, o circo chegou"... Há dois meses o dono
do Circo De Romênio, Mário Constantino, de 63 anos,
anunciava a sua chegada à cidade de Sumaré, a 125
quilômetros da capital. Uma das atrações do
circo, o show com seus três únicos animais (dois leões
e uma leoa), não foi permitida pelas autoridades.
Mesmo com o
impecilho de Julia, Suzi e Vargas - o nome dos leões - o
circo foi montado em um campo de futebol, no Jardim Parque da Amizade.
O circo fez algumas apresentações, mas, para algumas
pessoas, como o estudante Rafael Endrigo Fernandes Vieira, de 11
anos, ficava a pergunta: "Cadê as feras?" "Eu
nunca vi um leão e eles anunciavam logo três e fiquei
feliz. Fui a uma das apresentações e não vi
nenhum bicho." O motivo apareceu pouco tempo depois. O prefeito
de Sumaré, Dirceu Dalbem, do PPS, tinha receio de animais
como estes na cidade e proibiu que fossem apresentados ao público.
Depois disso venceu o contrato de uso do terreno - que era de um
mês - e o dono teve de abaixar as tendas e mudar-se para um
outro terreno a três quarteirões do campo. Os leões
ficaram no campo de futebol.
Durante o mês
de dezembro, as três feras ficaram em duas jaulas diferentes
- as duas fêmeas em uma e, isolado em outra, o macho - tudo
sob o olhar de Pedro Alvares Nascimento, de 43 anos, que trata dos
animais. "Eles comem duas vezes ao dia, sendo que a primeira
refeição é às 13h e depois às
18h. Uma coisa é certa, eles comem melhor que eu", disse
Nascimento.
Parte do dinheiro
para a compra do alimento vem da microempresária Silvana
Serra Fagiolo, de 37 anos, que doou 120 quilos de frango. "Eu
ajudo porque gostaria que os leões fossem levados ao zoológico
de Sumaré, que só tem aves."
Mesmo sem a
presença do circo, as feras são motivo de olhares
curiosos e despertam, em quem passa perto, sentimentos diversos,
do medo à tristeza. "Medo eu não tenho, pois
os leões são bem-cuidados. Só peço que
não maltratem os bichos e decidam seu destino", disse
o cabeleireiro João Pereira dos Santos, de 45 anos.
A preocupação
do cabeleireiro pode terminar ainda hoje. Os leões devem
ser levados por um fazendeiro de Itupeva, segundo confirmou Constantino,
a uma de suas fazenda no Estado de Tocantins.
Jornal
Diário de São Paulo, 05/01/2003
LEIS QUE PROÍBEM ANIMAIS IRRITAM ARTISTAS
DO RAMO
O fim do Garcia
preocupou os donos de circos tradicionais. Para eles, o principal
motivo do fechamento são as lei que vem sendo criadas em
várias cidades brasileiras, proibindo o uso de animais. Eles
acham que os circos correm risco, caso nada seja feito para mudar
o quadro. "Estamos tentando junto à Câmara e o
Senado criar uma lei nacional que regulamente isso", frisou
José Leite, presidente da Associação Brasileira
de Circos. "Quem perde com o fechamento do circo é a
arte. O público gosta dos animais", afirma Beto Carreiro.
Outros donos
de circo culpam a ONG americana Aliança Internacional de
fazer forte campanha contra a permanência de animais. "O
Cirque du Soleil não tem animais, mas o Governo do Canadá
dá US$ 20 milhões por ano", diz Marlon Stankowich,
dono da lona que leva seu sobrenome. "A Aliança chega
nos circos ameaçando", emenda Beto Pinheiro, dono do
Di Napoli.
A americana
Ila Franco, presidente da Aliança Internacional, explica
que a situação dos animais dentro desses circos é
dramática. Segundo ela, nenhum deles respeita as leis federais
brasileiras referentes ao trato de animais exóticos. Além
de maus-tratos, Ila sustenta que eles vivem em locais inadequados
e com estresse.
LISBOA
- PORTUGAL
CIRCO ATLAS - ATIVISTAS AGREDIDOS
Activistas
da ANIMAL selvaticamente agredidos à porta do Circo Atlas
O Circo Atlas tem sido denunciado como um dos circos com animais
em Portugal que mais violento se revela no modo como trata e treina
os seus animais, bem como no modo como os mantém alojados.
Estas denúncias remontam já a 1992 e, novamente, a
1998, quando alguns jornais britânicos noticiaram casos de
abuso e maus tratos de animais neste circo português. A organização
britânica CAPS - Captive Animal´s Protection Society
interveio algum tempo depois, após várias denúncias
de turistas estrangeiros que estiveram de férias no Algarve
terem testemunhado vários casos deste tipo e de extrema gravidade
precisamente no Circo Atlas, numa altura de Verão em que
este esteve na região algarvia.
Estando
nós presentemente em época de circos, por altura do
Natal, impunha-se, naquela que é uma luta global contra os
circos com animais, uma acção relativamente ao Circo
Atlas, que tem estado em Lisboa, junto ao C.C. Colombo, desde o
início de Dezembro. Hoje, dia 4 de Janeiro, um grupo de 12
activistas que colaboram com a ANIMAL - Lisboa dirigiu-se, cerca
das 15h, para as imediações deste circo, onde deu
início à distribuição de alguns panfletos
informativos acerca do que realmente se passa nos circos com animais
relativamente à brutalização a que estes são
permanentemente submetidos. Estando neste grupo como activista e
Director da ANIMAL - Lisboa, dirigi-me aos dois agentes da PSP presentes
no local (um agente e uma agente), e informei-os de que este grupo
de pessoas se preparava para, no pleno exercício dos seus
direitos, informar as pessoas, nomeadamente as que se dirigiam para
o espectáculo de circo, dos problemas que os animais que
são vítimas destes enfrentam. Não se tratava
de uma manifestação e dificilmente poderia ser considerada
uma acção de protesto propriamente dito. Não
havia cartazes nem palavras de ordem. Apenas panfletos. No espírito
da mais serena cordialidade, os agentes policiais identificaram-me
como promotor da acção, enquanto lhes explicacava
em que traços esta decorreria.
Enquanto
estava a ser identificado, o Director do Circo Atlas, Walter Dias,
aproxima-se de mim e dos dois agentes e, num tom agressivamente
ameaçador, diz-lhe que nos queria a 50 metros da entrada
do circo (não estávamos na entrada do circo), conforme
um qualquer regulamento que ele disse haver supostamente estipularia
(ficou por especificar de qual se trataria), ou então ele
chamaria o seu pessoal da segurança "para nos varrer
dali", como disse. O agente da PSP disse-me que não
me preocupasse e que a nossa segurança e liberdade estavam
garantidas. Porém, sem que eu ou este o pudéssemos
prever, cinco a sete minutos depois, um grupo de 8 a 10 indivíduos,
liderado pelo Director do Circo, pelo seu cunhado e pelo domador
de leões, cada qual com uma imponência física
mais impressionante do que o outro, desceu as escadas da entrada
do circo para começar a agredir todos os activistas presentes.
Sem
sequer respeitarem senhoras e passando literalmente por cima dos
dois agentes policiais presentes no local, este grupo de "artistas"
circenses e trabalhadores do circo distribuiu violentos empurrões
por todos nós, tendo inclusivamente apertado brutalmente
o pescoço a um dos activistas, e - o que foi ainda mais grave
- agredido um outro activista (que estava a tentar filmar as agressões)
com um murro na face e vários pontapés, com os quais
lhe conseguiram partir a câmara de vídeo.
Ao pedido de reforços dos polícias presentes, que
também não escaparam às agressões, respondeu
de forma até bastante rápida um contingente numeroso
de outros agentes policiais, que, já quando os ânimos
estavam mais controlados e a selvageria bastante concretizada, conseguiram,
ainda assim, impor alguma ordem. O activista mais duramente violentado
precisou de receber tratamento hospitalar, o que aconteceu no Hospital
de Santa Maria, após o qual voltou à Esquadra da PSP
de Carnide para apresentar queixa contra o agressor - o domador
de leões -, que, enquanto foi retido para identificação,
ficou calmamente a assistir à televisão no departamento
policial, mesmo depois de ter protagonizado um grave atentado contra
os mais elementares direitos dos activistas que tinha agredido.
Em
contacto com o Presidente da ANIMAL, conseguimos chamar uma equipa
de reportagem da SIC, que só já conseguiu fazer a
reportagem no rescaldo dos acontecimentos, mas ainda a tempo de
registar o que se tinha sucedido. A peça está a ser
exibida na SIC Notícias e é de esperar que seja exibida
no "Primeiro Jornal" da SIC, amanhã, às
13h. Pelo comportamento dos indivíduos ligados ao Circo Atlas
neste lamentável episódio, é possível
imaginar que estes tratarão os animais que têm sob
o seu domínio de uma forma provavelmente mais violenta daquela
segundo a qual nos trataram a nós. É que os animais
não têm, ainda assim, polícia que os defenda,
não têm voz para se queixar, nem podem propriamente
fugir, pois estão presos em jaulas, enquanto nós tivémos
algumas (embora não muitas) oportunidades de fugir às
investidas daquelas pessoas. Pelas investigações e
imagens que têm sido obtidas junto de tantos outros circos
que têm animais, concluímos que esta é uma prática
generalizada nestes espectáculos, em que a agressividade
é um elemento incontornável da postura destas pessoas.
A
ANIMAL agradece, em primeiro lugar, aos activistas presentes e à
coragem e determinação que demonstraram, ao manterem-se
na acção em que decidiram participar, mesmo sob fortes
agressões, mais do que apenas ameaças. A ANIMAL destaca,
em segundo lugar, que esta foi uma de muitas acções
que estão agora a começar relativamente aos circos
com animais, e que, por muitas ameaças e agressões
que se concretizem, não acabarão enquanto o martírio
destes animais não tiver um fim, ou seja, enquanto a utilização
de animais em circos não for proibida. A ANIMAL apela, em
terceiro lugar, para que haja um boicote total aos circos com animais,
quer porque estes são actividades que assentam na exploração
francamente abusiva e no exercício de violência extrema
contra animais, quer porque são espectáculos anti-pedagógicos,
quer ainda porque sustentam e despertam o que há de pior
na conduta das pessoas envolvidas neste domínio. Por último,
a ANIMAL garante que persistirá em prosseguir com todas as
batalhas da defesa ética dos animais nas quais está
firmemente empenhada, declarando-se absolutamente decidida a fazer
com que os animais sejam cada vez mais respeitados, tal como eticamente
se impõe. E, para isso, esta organização conta
com a colaboração de todas as pessoas que partilhem
estes princípios e objectivos.
Miguel Moutinho
(Director
da ANIMAL - Lisboa)
Jornal O Estado
De São Paulo, 6-01-2003
LEÕES
ABANDONADOS EM PRAÇA PODERÃO GANHAR NOVO LAR
Silvana Guaiume
(O ESTADÃO)
Campinas,
SP - A União Protetora dos Animais (UPA) da região
de Campinas, no interior paulista, irá solicitar nesta
segunda-feira ao Ministério Público (MP) de Sumaré
(SP) a apreensão, por maus tratos, de três leões
que estão abandonados em uma praça de lazer no bairro
Parque Amizade, dentro de duas jaulas. O presidente da UPA-Campinas,
Feliciano Nahimy Filho, disse que há uma instituição
interessada em obter a guarda dos bichos, desde que seja respeitada
a burocracia.
Segundo
Nahimy Filho, a apreensão é necessária para
que os leões possam ser legalmente doados à entidade.
Ele não quis revelar o nome da instituição
a pedido do proprietário. Mas afirmou tratar-se de um lugar
adequado, no Estado de São Paulo, para onde são
encaminhados animais selvagens e silvestres apreendidos por maus
tratos.
Os
leões foram abandonados há cerca de um mês
pelo proprietário do Circo da Romênia, Mário
Stankovich. Ele justificou dizendo que o circo deixou de operar
temporariamente e não tinha para onde levar os bichos.
Foi cogitada a possibilidade de os animais serem mantidos no minizoológico
de Sumaré. Mas Nahimy Filho disse que essa hipótese
é pouco provável.
De
acordo com ele, seria necessário construir uma área
específica para os leões e contratar profissionais
especializados para cuidar deles. A prefeitura não
tem verbas para isso. É preciso ainda manter os bichos.
Cada um consome dez quilos de carne por dia, afirmou. Nahimy
Filho disse que os animais estão sendo alimentados apenas
a cada dois dias. Um funcionário do circo fica de plantão
perto das duas jaulas onde estão os leões para evitar
que eles fujam.
Correio
Popular, 7.1.2003
SANTUÁRIO ECOLÓGICO ADOTA LEÕES
ABANDONADOS POR CIRCO
O
Rancho dos Gnomos, santuário ecológico situado em
Cotia administrado por uma organização não-governamental
(ONG), recebeu os três leões (um macho e duas fêmeas)
deixados numa área pública de Sumaré pelo Circo
de Romenia. O acerto foi feito durante a tarde de ontem entre a
ONG, a Polícia Ambiental, o Ministério Público,
o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) e os administradores do santuário.
A transferência foi feita durante a noite para diminuir o
estresse dos animais. Toda negociação para transferência
dos leões para o Rancho dos Gnomos foi intermediada pelo
presidente da União Protetora dos Animais (Upa), Feliciano
Nahimy Filho que acompanhou o caso até seu desfecho para
garantir que os animais estariam bem instalados.
A
ONG de Cotia, que abriga animais abandonados e mutilados, concordou
em receber os três leões, após a apreensão
formal dos felinos pela Polícia Ambiental. A Prefeitura de
Sumaré encaminhou oficio ao comando da Polícia Ambiental
em Campinas solicitando a apreensão e encaminhando os animais
ao Rancho.
Em
entrevista à Agência Anhangüera de Notícias
na semana passada, o proprietário do circo, Mário
Stankovich, negou que tivesse abandonado os animais e afirmou que
pretendia doá-los à cidade por ter interrompido as
atividades do circo. No período, ele se encarregou de alimentar
os bichos e manter um vigia no local para prevenir acidentes. (Delma
Medeiros e Johnny Inselsperger/ Da Agência Anhangüera)
Campinas
- Terça-Feira, 07 de Janeiro de 2003 - http://www.cpopular.com.br
- Ano VCirco GARCIA DESCE EM DEFINITIVO SUAS
LONAS
Sucessivas
crises financeiras culminaram no encerramento das atividades do
circo mais antigo do país, que foi fundado em campinas
RogérioVerzignasse
Do Correio Popular
rogerio@cpopular.com.br
As cortinas
do espetáculo se fecharam. Para sempre. Atolado em dívidas
que chegam à casa dos R$ 800 mil, o Circo Garcia, o mais
antigo do Brasil, encerrou as suas atividades. Fundada em Campinas,
em 1928, a companhia circense chegou a figurar, na década
de 70, entre as quatro maiores do mundo.
Seu fundador
foi Antolim Garcia, paulistano, filho de imigrantes espanhóis,
que conduziu o Circo Garcia ao sucesso no Exterior. O apogeu aconteceu
entre 1954 e 1964, quando os espetáculos, com cinco lonas
e cerca de 200 artistas contratados, viajaram por 72 países
do mundo.
Desde a década
de 80, o Garcia enfrentou crises financeiras sucessivas. A arte
circense já encarava a concorrência da televisão,
que passou a oferecer diversão sem que as pessoas precisassem
sair de casa. Muitas lonas foram baixadas, no Brasil inteiro. Mas
a instabilidade econômica atual foi decisiva. A alta do dólar
tornou inviável o pagamento de artistas internacionais, com
remunerações atreladas à moeda norte-americana.
O Garcia chegou a pagar US$ 2,7 mil por semana a trapezistas mexicanos.
Quase toda a dívida atual é referente a salários
atrasados. Além disso, diversas leis passaram a proibir,
em determinados municípios, a presença de animais
no picadeiro. E, para o Garcia, não existem espetáculos
sem animais. Era um dos únicos circos do mundo onde era realizada
a procriação deles.
Mas alguns
acontecimentos marcaram, de maneira particular, a derrocada do Garcia.
Antolim morreu em 1987. Desde aquele ano, o grupo era administrado
por sua mulher, Carola Boets, e pelo filho dele, Rolando Garcia,
que faleceu em setembro do ano passado. Sem meu enteado, fiquei
muito sozinha, afirma Carola. Aqui nós estávamos
empatando dinheiro. Além de Rolando, morreram desde
o 2000 os outros dois filhos de Antolim, Ruth e Romero. A madrasta
Carlota ficou desamparada. Hoje ela passa os dias olhando velhas
fotografias e álbuns montados com recortes de jornais estrangeiros.
São reportagens elogiosas ao circo. E, ao lado das pastas,
fica o cinzeiro, lotado de bitucas de Carlton, que ela fuma sem
parar.
A última
apresentação no dia 29 de dezembro, aconteceu o último
espetáculo do Garcia, que estava montado na Avenida Guarapiranga,
região do Santo Amaro, Zonal Sul paulistana. Sinal cruel
dos tempos. Só 280 pessoas compareceram ao espetáculo,
e se espalharam pela arquibancada construída para 3.500 espectadores.
A arrecadação, lastima Carola, não foi suficiente
nem para pagar os R$ 300,00 gastos com a manutenção
dos geradores em uma noite de espetáculo. Agora, todos os
50 artistas estão desempregados. Eles começam a deixar
hoje o terreno da Avenida Guarapiranga, à procura de emprego
em outras companhias. E daquela antiga trupe, com 200 artistas,
só sobrou um estrangeiro: um mexicano, domador de tigres.
Outra preocupação
da proprietária do espólio são os animais.
Os 21 chimpanzés, segundo Carola, têm lugar para ficar,
o sítio de uma amiga. Mas há quatro tigres e dois
elefantes com o destino incerto. Como os zoológicos estão
lotados, e nenhum outro circo está disposto a investir em
atrações cada dia mais dificultadas pelas leis, ela
pensa em vendê-los para o Exterior. Seria uma forma, diz,
de quitar algumas dívidas. Seu patrimônio particular
em nada lembra o verdadeiro império construído por
Antolim. Desde a década de 80, quando a crise circense ficou
mais séria, ela foi vendendo equipamentos e imóveis
comprados pelo marido, com quem ela viveu durante 33 anos. Hoje
ela só possui um apartamento em São Paulo.
Jornal
Correio Popular, Campinas,10/01/03
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Sexta-Feira, 10 de Janeiro, 01:48 PM
CIRQUE
DU SOLEIL DIVERTE E ENCANTA SEM ANIMAIS
Por
Paul Majendie
LONDRES
(Reuters) - Esqueça os tigres, elefantes e ursos dançantes.
O Cirque du Soleil nunca irá excursionar pelo mundo com
animais em sua trupe."Não concordamos com a forma
que os animais são vestidos e fazem seus truques. Preferimos
dar emprego a seres humanos", disse Pierre Parisien, membro
da trupe do Quebec que inspirou um renascimento do circo mundo
afora."Eles são animais, não artistas. Eles
deveriam estar na selva", disse o diretor artístico
da trupe do show Saltimbanco, em entrevista à Reuters depois
da abertura em Londres esta semana.
"Não
concordamos com o jeito que os animais são treinados e
não estou bem certo se o lugar de um elefante ou de um
tigre é ficar enjaulado metade da vida e se apresentar
em todo o mundo", disse ele. "Nunca teremos animais
em nossas apresentações."
O Cirque du Soleil foi fundado em 1984 pelo acordeonista e comedor
de fogo quebecois Guy Laliberté como uma mistura de números
de circo e entretenimento de rua. Ao longo das duas últimas
décadas, o Soleil transformou-se em um império de
entretenimento e deu ao circo um novo sopro de vida.
O
Cirque du Soleil tem agora 2.400 empregados e 500 artistas de
mais de 40 países. Seus shows foram exibidos em 130 cidades
por cerca de 33 milhões de espectadores. O circo tem teatros
permanentes em Montreal, na Walt Disney World da Flórida
e em dois cassinos de Las Vegas. No momento, apresenta-se em oito
shows em dois continentes. Todos os finais de semana, cerca de
60 mil pessoas assistem às peripécias do Cirque
du Soleil mundo afora.
"Tenho
muito orgulho de ser parte desta aventura -- e continua sendo
uma aventura", disse Parisien. "O circo está
muito mais saudável do que antes, porque as pessoas precisam
sonhar e ter esperança -- e é disso que falamos."
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