Animais de Circos - Arquivo de Notícias 2002
ANIMAIS DE CIRCO
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Circos sem animais
Ataques

1995 1996


Leoa sem as garras, resgatada de um circo, que hoje vive no
Santuário Rancho dos Gnomos(matéria sobre o Santuário, mais abaixo)


Jornal O Globo, 23/01/2002
UM AMIGO MACACO PARA UM LEÃO FAMINTO
Mico não larga felino apreendido em circo após denúncia de maus tratos

clique na imagem para vê-la ampliada


Jornal VALE DOS SINOS (São Leopoldo/RS) em 17.03.02
LEOPOLDENSES UNIDOS CONTRA EXPLORAÇÃO DE ANIMAIS

Quem passou pela Rua Independência ontem pela manhã, no centro de São Leopoldo, pode conferir a Campanha promovida pela Associação Leopoldense de Proteçãp aos Animais (ALPA). A entidade estava divulgando a promoção CIRCO LEGAL NAO TEM ANIMAL e coletando assinaturas que vão reforcar o Projeto de Lei que ingressou na Câmara dos Vereadores, em que é proibida a apresentacã de animais exóticos nos circos que chegam à cidade. O Projeto será votado nos pr´sximos dias e foi realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Quinze voluntários da ALPA atuaram no trabalho de conscientizacão "As pessoas estão entendendo a Campanha e contribuindo com o abaixo-assinado", comemorou a Secretária da ALPA, MARIA LUIZA NUNES. As leis que proíbem a apresentacao de animais em circos vigoram em cidades do interior de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. No Sul, Porto Alegre conta com Projeto de Lei em análise na Câmara de Vereadores e várias cidades do interior do Estado estão se mobilizando em prol dos animais circenses. "Comecamos também uma discussão com o IBAMA, pois é o órgao que dá autorização para entrada de animais. O governo federal tambem deve interferir, proibindo a importacao de animais", diz a Secretária da ALPA..


Casa Zero Hora/Vale do Sinos 11/04/2002
CIRCO ESTREARÁ SEM ANIMAIS EM SÃO LEOPOLDO
. Lei municipal que proíbe inclusão de bichos em apresentações artísticas foi aplicada ontem pela prefeitura
por ELIANE COLLE

O Circo Continental deverá estrear amanhã em São Leopoldo sem as suas principais atrações: os animais.Os proprietários do primeiro circo autuado pela lei municipal que proíbe no município os espetáculos com animais receberam ontem à tarde a notificação e ganharam um prazo de 12 horas para retirar os bichos do local.

A lei foi aprovada por unanimidade e em caráter de urgência pelos 21 vereadores. Além dos circos, espetáculos teatrais e similares que utilizarem animais silvestres ou domesticados, nativos ou exóticos em suas apresentações e que tenham como atrativo exibição ou exploração poderão ter a permanência negada no município, além de pagar multa.

Em Porto Alegre, deve ser votado este mês um projeto de lei complementar dos vereadores Adeli Sell (PT) e Beto Moesch (PPB) que sugere instituir licença somente aos circos que não utilizem animais em suas apresentações.

Às 15h30min de ontem, o secretário municipal de Meio Ambiente de São Leopoldo, Henrique Prieto, notificou os proprietários do Circo Continental, que montavam o picadeiro no Largo Rui Porto, no Centro. - Não estamos mandando o circo embora da cidade. Apenas queremos que osproprietários regularizem a situação dos animais. Tanto é que a estréia do Continental continua sendo na sexta-feira, e eu terei o maior prazer em assistir ao espetáculo - disse Prieto. Um dos proprietários do Continental, João Robattini Sobrinho, 71 anos, lamentou a saída dos animais, mas diz que respeitará a lei. Os bichos - dois tigres, uma leoa, um macaco, um hipopótamo e duas lhamas, além de cachorros, cavalos e pôneis - começaram a ser transferidos à noite para a chácara dafamília, em Viamão.

- Mesmo sem os animais, poderemos oferecer um espetáculo à altura da platéia. Quem sai no prejuízo são as crianças e as pessoas que nunca viram um animal de porte. Só posso dizer que eu não vivo sem eles, e eles não vivem sem mim. Estão tirando um pedaço de mim. Os meus bisavós trabalham na Europa com animais - desabafou Robattini, ao chamar o hipopótamo (Faustão) pelo nome.

A Associação Leopoldense de Proteção aos Animais (Alpa) elaborou um dossiê denunciando as condições de vida dos animais de circo, sujeitos a técnicas irregulares de adestramento e a constantes maus-tratos. O documento serviu como justificativa ao projeto de lei, elaborado em conjunto com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São Leopoldo. - Dizer que tratamos os animais com choques elétricos é um absurdo. Se aplicássemos um choque elétrico, mesmo fraco, em um elefante, o coração dele não resistiria - diz o empresário Augusto Stevanovich, dono de quatro circos, entre eles o Le Cirque. Uma lei que proíbe a utilização de animais em espetáculos circenses em todo o território nacional foi apresentada no ano passado pelo deputado federalMarcos Rolim (PT) e está em tramitação na Câmara.


ZERO HORA, 06/05/2002
LEOAS AMEDRONTAM FAMÍLIA
CIRCO DEIXOU ANIMAIS EM PROPRIEDADE DEPOIS QUE CARRO ESTRAGOU

Duas leoas deixadas em uma jaula por um circo em uma propriedade de Eldorado do Sul, próximo à BR-290, mudaram a rotina de uma comunidade. Desde quinta-feira, os moradores não dormem tranqüilos com o rugido das feras. Eles temem que as grades não sejam suficientes para deter os animais.

O caso começou na quinta-feira, quando a roda da carreta que transportava os animais para o Circo de México, em Arroio dos Ratos, estragou. A solução foi retirar a jaula da estrada. Com a permissão do casal Rejane Olicheski, 33 anos, e Vitalir Di Domênico, 24 anos, o circo deixou as leoas e o
reboque na propriedade, a 50 metros da casa. - O acordo era de que eles buscariam os bichos na sexta-feira. Mas não apareceram - conta Rejane. Ainda na sexta-feira, os proprietários dos animais levaram alimento.

O medo de que um ataque de fome pudesse fazer com que as feras escapassem mudou a vida da família. Os dois filhos de Rejane, Deivit, 10 anos, e Paloma, cinco anos, não tiveram permissão para se afastar da porta da casa. Os animais domésticos foram amarrados. O abastecimento de leite ficou comprometido. - A gente só escuta o mugido da vaca, mas ela nem aparece de medo das leoas - reclama Rejane. O forte cheiro dos restos de carne apodrecida e das fezes dos animais chamou a atenção da família.

O veterinário do zoológico de Sapucaia do Sul, Claudio Giacomini, diz que leões devem ser alimentados todos os dias quando em cativeiro. - Isso serve para evitar acidentes graves no caso de fuga dos animais. Bem alimentados, eles não estariam com fome suficiente para atacar uma pessoa ou outro animal - diz. Quanto ao mau cheiro, Giacomini adverte que os responsáveis pelas leoas é que deveriam limpar a jaula todos os dias.

CONTRAPONTO
O que diz Luiz Carlos Pimentel, proprietário do Circo de México: "Levamos 35 quilos de carne na sexta-feira e mais 25 quilos no domingo. Temos todos os laudos de segurança da jaula em dia. Além disso, o espaço da jaula é de oito metros quadrados, mais do que o exigido por lei. Vamos buscar os animais na manhã desta segunda-feira. Os moradores podem ficar tranqüilos."


Revista da Folha de São Paulo - Domingo, 16/06/2002
RANCHO QUE ABRIGA 300 ANIMAIS DOMÉSTICOS E SILVESTRES VÍTIMAS DE MAUS TRATOS FAZ CAMPANHA PARA CONSTRUIR ALOJAMENTO.

ADOTE, MAS NÃO LEVE
[por Roberto de Oliveira]

Chiquinha grita e se agita ao perceber a aproximação humana. Até se dar conta de que é gente "do bem", a macaca-prego fica histérica. Tal agitação e insegurança têm suas razões. Há oito anos, ela vivia acorrentada em uma oficina mecânica na periferia de São Paulo, onde sofria, entre outros maus-tratos, violência sexual. Tanto tempo depois, Chiquinha ainda guarda traumas. Não é a única. Cerca de 300 animais, todos vítimas de mutilação, abandono e tráfico vivem situação semelhante na Associação Santuário Ecológico Rancho dos Gnomos, em Cotia (Grande São Paulo).

Uma das vedetes do espaço ecológico, a veada-catingueira Bambina, de sete anos, por exemplo, foi encontrada recém-nascida, num saco de lixo. Três corujas não podem voar porque perderam uma das asas em disputa de tiro ao alvo e hoje não sobreviveriam na natureza. Três leões chegaram de um circo subnutridos, doentes e -os dois filhotes- banguelas.

O santuário abriga aves, um tigre-de-bengala, macacos, cavalos, vaca, cabras, 75 gatos e 72 cães, numa área de 35 mil m2. Os animais silvestres foram capturados pelas polícias Civil e Ambiental e pelo Ibama. Os domésticos, recolhidos pelos donos do santuário.

Alimentação não é problema. Redes como Carrefour e Pão de Açúcar ajudam a engrossar as 2,5 toneladas de ração consumidas mensalmente fornecendo carne, fruta e legumes. A dificuldade é o alojamento. Seria necessário construir abrigos para os animais silvestres, adaptando o habitat natural, e canis para os domésticos. Hoje, os filhotes de leões estão abrigados provisoriamente em apertados caminhões-jaulas, enquanto aguardam um espaço adequado. A Secretaria de Educação, Esporte e Turismo de Cotia criou um projeto para transformar o santuário em uma área permanente de educação ambiental, mas falta dinheiro para a reforma.

Sem recursos, os fundadores do rancho, o casal Silvia, 40, e Marcos Pompeu, 36, que já arcam com os custos da infra-estrutura, estão lançando uma campanha do tipo "pague, mas não leve". Qualquer pessoa pode "adotar" um animal, doando ração, alimentos, remédios e dinheiro para a construção dos abrigos. Os principais colaboradores terão seus nomes numa placa, ao lado dos recintos dos
bichos, que continuarão no santuário. Se a campanha for bem-sucedida, o santuário poderá voltar a receber animais, como elefantes, ursos e girafas que estão na lista de espera, e ser aberto para visitas monitoradas de educação ambiental. "Só assim, poderemos reverter um pouco a violência contra os animais", diz Silvia.

COMO AJUDAR

Santuário Rancho dos Gnomos (www.ranchodosgnomos.org.br), tel. 4616-2703.
Doação: qualquer quantia em dinheiro ou entrega de ração, alimentos e remédios


Editorial do Jornal O POVO, Ceara, 04.07.02
SEMENTES DE NÃO-VIOLÊNCIA
CRUELDADE CONTRA ANIMAIS É UMA DAS FONTES PRIMORDIAIS DA VIOLÊNCIA

A crueldade para com os animais pode ser um tema digno de atenção numa sociedade que trata seres humanos como bichos? A pergunta tem razão de ser, no momento em que chega ao público cearense o livro A Voz dos Sem Voz - Direitos dos Animais, da presidente da seção cearense da União Internacional Protetora dos Animais (Uipa), Geuza Leitão - uma contribuição importante à humanização da sociedade cearense e brasileira. A resposta, talvez, nos ajude a compreender um dos elementos engendradores de um problema notadamente desconfortante da realidade nacional: a violência generalizada, inclusive a oficial (traduzida na persistência da tortura no aparelho policial).

De um ponto de vista mais amplo, só mais recentemente, no dia 27 de janeiro de 1972, foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, em Assembléia da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Bruxelas, na Bélgica, sendo o Brasil um dos seus signatários. Contudo, já existia uma legislação brasileira de proteção aos animais, desde o início do século. Com base nela, aliás, foi que o advogado católico Sobral Pinto pediu a melhoria das condições de carceragem do dirigente comunista Luís Carlos Prestes, durante o Estado Novo, requerendo que fossem aplicados a ele os benefícios da lei de proteção aos animais, tais as condições de precariedade de seu confinamento - não aceitáveis nem sequer para seres irracionais. Essa distorção do sistema penal brasileiro, aliás, persiste, para escândalo da opinião pública internacional (estão aí as cadeias superlotadas), como persistente também é a tortura, não mais contra presos políticos, mas, contra presos comuns - aliás, esta sempre encontrou respaldo em segmentos variados da sociedade brasileira.

Ora, não é estranho dizer que esse desvirtuamento, além de causas econômicas, sociais e políticas indiscutíveis, tem também raízes comportamentais profundas, que se traduzem na falta primordial de respeito aos outros seres vivos, sobretudo, aos animais. Sempre houve tolerância, culturalmente enraizada, em relação à crueldade praticada por crianças contra os bichos, no Brasil. A tortura de sapos, lagartixas, gatos é uma prática persistente, sobretudo em segmentos populacionais do campo, mas não só. Essa distorção, acompanhada, inevitavelmente, do embotamento progressivo da sensibilidade humana, estendia-se à atividade da caça, feita nem sempre para atender à necessidade premente de alimentação. Prosseguia com o abate caseiro de animais para consumo: a degola de galinhas, patos e perus, cuja agonia e estertores eram acompanhados, passo a passo, por inocentes olhos infantis, assim como o sangramento e esfolamento de carneiros, bodes, porcos - todos através de métodos cruéis, com intenso sofrimento para as vítimas. A insensibilização dos sentimentos em relação aos bichos era reforçada pelo trato desalmado dado aos animais de carga:cavalos, burros e jumentos.

Tudo isso, certamente, cria a base psicológica, para se aceitar com naturalidade o sofrimento infligido aos próprios seres humanos, numa sociedade dilacerada pela desigualdade, pela injustiça social e seus subprodutos: o banditismo e a violência policial.

Mudar a relação da sociedade para com os animais significa criar uma das bases indispensáveis para uma cultura não-violenta, facilitando a compreensão de que a crueldade para com os bichos cria as condições psicológicas para se aceitar a violência contra um ser humano (seja por ações físicas diretas, seja por opressão estrutural, resultante de uma sociedade socialmente injusta, seja por quaisquer outros meios).

Assim, é lógico deduzir que, melhorando a relação da sociedade com os animais, dando um tratamento melhor a estes, contribui-se para a criação de condições psicológicas mais favoráveis ao desenvolvimento de um ser humano mais completo e de uma sociedade mentalmente mais sadia. Essa mudança começa pela compreensão de que os animais são dotados de sensibilidade: sentem dores físicas, angústia e medo. Não é possível continuar a tratá-los como objetos insensíveis.

O poder público pode tomar medidas práticas como: garantir que os animais não sejam sacrificados sem anestesia, proporcionando-lhes uma morte sem dor, nem angústia; criar um serviço de atendimento a animais atropelados (pelo menos nas cercanias das cidades) para que não fiquem agonizantes à beira das pistas, mas tenham seus sofrimentos aliviados por uma morte misericordiosa; criar um serviço de esterilização de cães e gatos para evitar a proliferação descontrolada de animais abandonados e sujeitos ao sofrimento; abolir o confinamento impróprio em zoológicos e circos, assim como o treinamento cruel dos animais para o espetáculo circense. Uma sociedade que toma essas medidas mínimas está protegendo a si mesma, pois cria as condições para a formação de seres humanos compassivos, não violentos, pacíficos, respeitosos para com a vida em suas várias manifestações. E é disso o que mais necessitamos, presentemente, no Brasil e no mundo.


Jornal da Cidade de Bauru - 21/08/2002
AVARÉ PROÍBE USO DE ANIMAIS EM CIRCOS

A utilização de animais selvagens e exóticos em espetáculos de circos em Avaré está proibida. Projeto de lei neste sentido, apresentado pelo vereador Ernesto Albuquerque (PT), obteve unânime aprovação da Câmara na sessão doúltimo dia 19. De acordo com a nova legislação, a licença para instalação de circos no município só será expedida se a empresa observar a proibição.

Albuquerque reconhece que os animais costumam ser a principal atração de circos e outros espetáculos do gênero, onde o público tem interesse em ver demonstrações de submissão de animais ferozes sob o comando de domadores. "O que a maior parte das pessoas desconhece, no entanto, são os maus-tratos a que são submetidos os animais, quer seja durante o processo de adestramento, quer para obter a performance desejada", explica o vereador.

Segundo Ernesto Albuquerque, os animais sofrem com as viagens prolongadas, com a falta de descanso e até com alimentação, em alguns casos, inadequada."O resultado é, por vezes, desastroso, com inúmeros acidentes", diz. Em sua justifica, o vereador petista lembrou a tragédia que vitimou o menino Miguel Júnior, morto por leões num circo instalado em Recife, há dois anos, quando foi colocada em xeque a segurança desse tipo de espetáculo.

Para o vereador a proibição do uso de animais em espetáculos circenses em Avaré é uma resposta da sociedade a esse risco potencial. "Entendemos que o circo deverá ser recriado, ressaltando as habilidades do ser humano, seu humor, sua magia e sua capacidade de representar a vida. Na Europa, os circos mais famosos, como o da Rússia e o Cirque du Soleil, apresentam um espetáculo ímpar, com nova filosofia circense, sem a apresentação de animais", concluiu.


JORNAL O GLOBO/RIO DE JANEIRO - 22.agosto.2002
PORTO ALEGRE PROÍBE EXIBIÇÃO DE ANIMAIS EM CIRCOS

PORTO ALEGRE - A Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou nesta quarta-feira um projeto de lei complementar, proibindo o uso de animais em espetáculos de circo na cidade. A determinação deverá entrar em vigor em setembro, depois de ser sancionada pelo prefeito João Verle.

O texto, aprovado por 20 votos a favor e dois contra, altera o Código de Posturas e proíbe o uso de qualquer tipo de animal em espetáculos circenses na Capital. A lei em vigor vai impedir aos circos que não comprovarem que não empregam animais em suas apresentações recebam licença da prefeitura para se instalarem no município.

O prazo para que o prefeito sancione a nova lei é de 15 dias úteis. Se Verle não vetar o projeto, a proibição entrará em vigor automaticamente depois de encerrado o prazo.

A utilização de animais selvagens e exóticos em espetáculos de circos em Avaré está proibida. Projeto de lei neste sentido, apresentado pelo vereador Ernesto Albuquerque (PT), obteve unânime aprovação da Câmara na sessão doúltimo dia 19. De acordo com a nova legislação, a licença para instalação de circos no município só será expedida se a empresa observar a proibição.


Boletim do Vereador Adelli Sell - 02-09-2002
BETO CARRERO SONEGA IMPOSTOS

Adeli Sell apresentou reportagem informando que o empresário Beto Carrero, dono de circo e de um parque temático em Santa Catarina, foi condenado por sonegação fiscal de R$ 20 milhões. "Não bastasse os maus-tratos aos animais e as besteiras que falou à imprensa sobre a lei que proíbe bichos em circos em Porto Alegre, agora descobre-se que ele sonega impostos." Os R$ 20 milhões sonegados, explicou Adeli, são muito mais do que toda a verba para a assistência social em Porto Alegre nesse ano. O vereador acrescentou que continuará a denunciar desde os vendedores de CDs piratas no Centro aos grandes empresários até a reconquista da decência na sociedade Wilson Lima, gerente-executivo do Ibama em São Paulo. Cada leão come cinco quilos de carne por dia e precisa de remédios, vacinas e exames que custam, em média, R$ 170. Tramitam hoje no Congresso 17 projetos de lei para proibir a exibição de animais em circos. Pela estimativa do Ibama, isso significaria mais cem leões sem destino.


Jornal O Globo, 06.09.02
IBAMA NÃO SABE COMO MANTER 57 LEÕES

SÃO PAULO. Cinqüenta e sete leões mantidos em vários estados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) correm risco de serem sacrificados por falta de abrigo e recursos para mantê-los. Os zoológicos enfrentam superlotação e não têm condições de aceitar os leões. Como se tratam de animais exóticos (não fazem parte da fauna brasileira), eles também não conseguem abrigos em parques e reservas nacionais.

Os animais foram resgatados em circos, por causa de maus-tratos; pequenos zoológicos que foram fechados; ou são vítimas de abandono por ex-criadores. Muitos estão debilitados. Falta de dentes, garras arrancadas e desnutrição são as marcas dos maus-tratos.

- O problema agora é da sociedade. Ou conseguimos recursos para mantê-los ou se adota a solução técnica: mata-se .


CNN - 10 de setembro, 2002
O REI DOS ANIMAIS ESTÁ SENDO ABANDONADO PELO BRASIL AFORA.
HÁ LEÕES ATÉ EM DELEGACIAS DE POLÍCIA

A permissão dada pelas autoridades brasileiras para que donos de circos importem leões da África ocasionou um problema para a espécie, considerada o "rei dos animais". Depois de velhos e doentes, os leões que já não servem mais para o espetáculo com seus domadores são abandonados pelas cidades por onde a caravana circense passa.

De acordo com o Centro Nacional de Pesquisa para Conservação de Predadores Naturais (Cenap), órgão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), 57 leões estão confinados em pequenas jaulas, alguns até em delegacias de Polícia, pelo Brasil afora, deixados à própria sorte por seus antigos donos. Outros 120 leões e 75 tigres continuam atuando nos picadeiros, apenas esperando chegar o dia em que serão também largados, sem piedade ou agradecimento pelos serviços forçados prestados.

Todos os 57 leões abandonados estão sob responsabilidade do Ibama, que começou este mês a discutir o destino dos animais.

O diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama, José de Anchieta dos Santos, afirmou em entrevista que o instituto não propõe e nem defende a adoção de eutanásia como solução para o problema dos leões abandonados, mesmo com as dificuldades existentes para a manutenção dos animais.

"Buscaremos soluções menos radicais e mais condizentes com a ética que prevalece em relação à fauna", ressaltou.

Para Anchieta, a eutanásia "só deve ser utilizada em casos extremos e sempre com acompanhamento médico-veterinário".

Participam também da discussão sobre o futuro dos leões de circo a Sociedade de Zoológicos do Brasil, a Sociedade Paulista dos Zoológicos, a Associação brasileira de veterinários de Animais Selvagens, a Associação Pró-Carnívoros, o Comitê de Felinos Brasileiros, o Comitê de Canídeos, o Fórum Nacional de Proteção e Bem Estar Animal e a ONG Arca Brasil, que resolveram trabalhar em conjunto em busca de alternativas para resolver o problema dos animais abandonados.

Por outro lado, o Ibama decidiu proibir a importação de novos animais exóticos e estuda a possibilidade de esterilização dos animais abandonados para evitar a procriação indesejada.

O destino final dos animais entregues aos cuidados do Ibama será decidido com a ajuda da Câmara Técnica Federal de Fauna, que tem representantes de todos os segmentos da sociedade envolvidos com a questão dos animais silvestres.

Os ambientalistas decidiram lutar no Congresso Nacional pela aprovação de um projeto de lei proibindo a apresentação de animais em circos.

Atualmente, 17 propostas do gênero tramitam nas comissões do Congresso, mas ainda não existe prazo para votação.

Em contrapartida, alguns estados saíram na frente e já proibiram que animais sejam atrações em circos. Um é o Rio Grande do Sul, onde a proibição causou polêmica entre os donos de circos.

A proibição foi aprovada pela Câmara dos Vereadores da capital, Porto Alegre, em agosto, por 20 votos a favor e apenas dois contra, alterando o Código de Posturas do Município.

No interior do estado, os circos com animais estão proibidos em São Leopoldo desde abril, quando a Câmara do município também aprovou projeto semelhante.

"Quem faz essas leis esquece de outras atividades com animais, como corridas de cavalos e de cães. A proibição é inconstitucional", reagiu à época o empresário Rolando Garcia, dono do Circo Garcia, um dos maiores do país.

O empresário referiu-se ao artigo 215 da Constituição, segundo o qual o Estado deve apoiar e incentivar manifestações culturais.


Jornal Zero Hora (POA/RS), 03/12/2002
CIRCO É ACUSADO DE MALTRATAR ANIMAIS

Um circo paulista instalado em Pontão, no norte do Estado, foi denunciado ao Ministério Público por maus-tratos a animais. Conforme o relato do Conselho de Amigos de Proteção aos Animais, de Passo Fundo, o circo estaria comprando cães para alimentar um leão mantido em cativeiro. Conforme a denúncia, ele estaria sendo mantido em uma jaula pequena e sem segurança.

A 5ª Companhia de Polícia Ambiental da Brigada Militar foi acionada e deu prazo até ontem para que o circo apresentasse a documentação necessária à manutenção de um animal silvestre e exótico em cativeiro. O proprietário negou que alimenta o leão com cachorros e sim com carne comprada em frigorífico. As notas fiscais relativas à procedência da carne e a licença exigida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no entanto, não foram apresentadas. No final da tarde, o proprietário disse à Brigada Militar (BM) que hoje mostraria a documentação.

De acordo com a denúncia, os cães eram colocados vivos na jaula. A BM, porém, não conseguiu provas da acusação. O promotor público Paulo Cirne disse que está solicitando a abertura de um inquérito policial por maus-tratos a animais, conforme a Lei de Crimes Ambientais de 1998.


Jornal da Cidade de Bauru: 02.12.2002
CIRCO VAI À JUSTIÇA PARA EXIBIR ANIMAIS FEROZES
Ieda Rodrigues

O Circo Estoril, que estreou em Bauru na última sexta-feira, está pedindo na Justiça autorização para apresentar, em seus espetáculos, todos os animais da companhia - chimpanzé, urso, elefante, lhama e camelo.

É que em função de uma lei municipal, o circo está proibido de mostrar em seus espetáculos animais ferozes. Da estréia até agora, foram apresentados apenas animais domésticos, como cavalo e cachorro.

A advogada do circo, Jacqueline Didier, acaba de protocolar mandado de segurança no Fórum de Bauru solicitando autorização para apresentação de todos os animais. "Queremos o direito de fazer os espetáculos com todos os animais, sem restrição", diz.

Ela argumenta que a lei municipal é inconstitucional, que a direção do circo deveria ter sido informada sobre a lei antes da instalação, e que armagará prejuízo se não puder apresentar todos os animais.

A previsão da direção do circo é ficar em Bauru até o dia 16.


Jornal da Cidade de Bauru: 05.12.2002
JUSTIÇA NEGA PEDIDO DE CIRCO PARA APRESENTAR ANIMAIS FEROZES
Ieda Rodrigues

O juiz Gustavo Scaf de Molon,da 3.ª Vara Cível de Bauru,negou o pedido do Circo Estoril, de apresentar animais ferozes em seus espetáculos em Bauru.

A advogada Jacqueline Didier, contratada pelo circo, havia alegado que a lei municipal que disciplina a apresentação de circos na cidade é inconstitucional. "Mas o juiz considera que a lei é constitucional", lamenta.

A previsão do Circo Estoril era ficar em Bauru até o dia 16. "Mas a diretoria está reanalisando a temporada em Bauru porque, sem poder apresentar os animais ferozes, o prejuízo é grande", afirma Jacqueline. O circo, que estreou na cidade na sexta-feira passada, está exibindo apenas animais domésticos, como cavalo e cachorro, para não desrespeitar a liminar obtida pela prefeitura e a lei municipal.

A lei, em vigor desde maio desde ano, impede a prefeitura de conceder alvará para a realização de espetáculos circenses que utilizem animais ferozes, mesmo que domesticados.

1995 1996