Revista
da Folha de São Paulo - Domingo, 16/06/2002
RANCHO
QUE ABRIGA 300 ANIMAIS DOMÉSTICOS E SILVESTRES VÍTIMAS
DE MAUS TRATOS FAZ CAMPANHA PARA CONSTRUIR ALOJAMENTO.
|
ADOTE,
MAS NÃO LEVE
[por
Roberto de Oliveira]
Chiquinha
grita e se agita ao perceber a aproximação humana.
Até se dar conta de que é gente "do bem",
a macaca-prego fica histérica. Tal agitação
e insegurança têm suas razões. Há oito
anos, ela vivia acorrentada em uma oficina mecânica na periferia
de São Paulo, onde sofria, entre outros maus-tratos, violência
sexual. Tanto tempo depois, Chiquinha ainda guarda traumas. Não
é a única. Cerca de 300 animais, todos vítimas
de mutilação, abandono e tráfico vivem situação
semelhante na Associação Santuário Ecológico
Rancho dos Gnomos, em Cotia (Grande São Paulo).
Uma das vedetes
do espaço ecológico, a veada-catingueira Bambina,
de sete anos, por exemplo, foi encontrada recém-nascida,
num saco de lixo. Três corujas não podem voar porque
perderam uma das asas em disputa de tiro ao alvo e hoje não
sobreviveriam na natureza. Três leões chegaram de
um circo subnutridos, doentes e -os dois filhotes- banguelas.
O santuário
abriga aves, um tigre-de-bengala, macacos, cavalos, vaca, cabras,
75 gatos e 72 cães, numa área de 35 mil m2. Os animais
silvestres foram capturados pelas polícias Civil e Ambiental
e pelo Ibama. Os domésticos, recolhidos pelos donos do
santuário.
Alimentação
não é problema. Redes como Carrefour e Pão
de Açúcar ajudam a engrossar as 2,5 toneladas de
ração consumidas mensalmente fornecendo carne, fruta
e legumes. A dificuldade é o alojamento. Seria necessário
construir abrigos para os animais silvestres, adaptando o habitat
natural, e canis para os domésticos. Hoje, os filhotes
de leões estão abrigados provisoriamente em apertados
caminhões-jaulas, enquanto aguardam um espaço adequado.
A Secretaria de Educação, Esporte e Turismo de Cotia
criou um projeto para transformar o santuário em uma área
permanente de educação ambiental, mas falta dinheiro
para a reforma.
Sem recursos,
os fundadores do rancho, o casal Silvia, 40, e Marcos Pompeu,
36, que já arcam com os custos da infra-estrutura, estão
lançando uma campanha do tipo "pague, mas não
leve". Qualquer pessoa pode "adotar" um animal,
doando ração, alimentos, remédios e dinheiro
para a construção dos abrigos. Os principais colaboradores
terão seus nomes numa placa, ao lado dos recintos dos
bichos, que continuarão no santuário. Se a campanha
for bem-sucedida, o santuário poderá voltar a receber
animais, como elefantes, ursos e girafas que estão na lista
de espera, e ser aberto para visitas monitoradas de educação
ambiental. "Só assim, poderemos reverter um pouco
a violência contra os animais", diz Silvia.
COMO
AJUDAR
Santuário
Rancho dos Gnomos (www.ranchodosgnomos.org.br), tel. 4616-2703.
Doação: qualquer quantia em dinheiro ou entrega
de ração, alimentos e remédios
Editorial
do Jornal O POVO, Ceara, 04.07.02
SEMENTES DE NÃO-VIOLÊNCIA
CRUELDADE CONTRA ANIMAIS É UMA DAS FONTES PRIMORDIAIS
DA VIOLÊNCIA
|
A
crueldade para com os animais pode ser um tema digno de atenção
numa sociedade que trata seres humanos como bichos? A pergunta
tem razão de ser, no momento em que chega ao público
cearense o livro A Voz dos Sem Voz - Direitos dos Animais, da
presidente da seção cearense da União Internacional
Protetora dos Animais (Uipa), Geuza Leitão - uma contribuição
importante à humanização da sociedade cearense
e brasileira. A resposta, talvez, nos ajude a compreender um dos
elementos engendradores de um problema notadamente desconfortante
da realidade nacional: a violência generalizada, inclusive
a oficial (traduzida na persistência da tortura no aparelho
policial).
De
um ponto de vista mais amplo, só mais recentemente, no
dia 27 de janeiro de 1972, foi proclamada a Declaração
Universal dos Direitos dos Animais, em Assembléia da Organização
das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura (Unesco), em Bruxelas, na Bélgica,
sendo o Brasil um dos seus signatários. Contudo, já
existia uma legislação brasileira de proteção
aos animais, desde o início do século. Com base
nela, aliás, foi que o advogado católico Sobral
Pinto pediu a melhoria das condições de carceragem
do dirigente comunista Luís Carlos Prestes, durante o Estado
Novo, requerendo que fossem aplicados a ele os benefícios
da lei de proteção aos animais, tais as condições
de precariedade de seu confinamento - não aceitáveis
nem sequer para seres irracionais. Essa distorção
do sistema penal brasileiro, aliás, persiste, para escândalo
da opinião pública internacional (estão aí
as cadeias superlotadas), como persistente também é
a tortura, não mais contra presos políticos, mas,
contra presos comuns - aliás, esta sempre encontrou respaldo
em segmentos variados da sociedade brasileira.
Ora,
não é estranho dizer que esse desvirtuamento, além
de causas econômicas, sociais e políticas indiscutíveis,
tem também raízes comportamentais profundas, que
se traduzem na falta primordial de respeito aos outros seres vivos,
sobretudo, aos animais. Sempre houve tolerância, culturalmente
enraizada, em relação à crueldade praticada
por crianças contra os bichos, no Brasil. A tortura de
sapos, lagartixas, gatos é uma prática persistente,
sobretudo em segmentos populacionais do campo, mas não
só. Essa distorção, acompanhada, inevitavelmente,
do embotamento progressivo da sensibilidade humana, estendia-se
à atividade da caça, feita nem sempre para atender
à necessidade premente de alimentação. Prosseguia
com o abate caseiro de animais para consumo: a degola de galinhas,
patos e perus, cuja agonia e estertores eram acompanhados, passo
a passo, por inocentes olhos infantis, assim como o sangramento
e esfolamento de carneiros, bodes, porcos - todos através
de métodos cruéis, com intenso sofrimento para as
vítimas. A insensibilização dos sentimentos
em relação aos bichos era reforçada pelo
trato desalmado dado aos animais de carga:cavalos, burros e jumentos.
Tudo
isso, certamente, cria a base psicológica, para se aceitar
com naturalidade o sofrimento infligido aos próprios seres
humanos, numa sociedade dilacerada pela desigualdade, pela injustiça
social e seus subprodutos: o banditismo e a violência policial.
Mudar
a relação da sociedade para com os animais significa
criar uma das bases indispensáveis para uma cultura não-violenta,
facilitando a compreensão de que a crueldade para com os
bichos cria as condições psicológicas para
se aceitar a violência contra um ser humano (seja por ações
físicas diretas, seja por opressão estrutural, resultante
de uma sociedade socialmente injusta, seja por quaisquer outros
meios).
Assim,
é lógico deduzir que, melhorando a relação
da sociedade com os animais, dando um tratamento melhor a estes,
contribui-se para a criação de condições
psicológicas mais favoráveis ao desenvolvimento
de um ser humano mais completo e de uma sociedade mentalmente
mais sadia. Essa mudança começa pela compreensão
de que os animais são dotados de sensibilidade: sentem
dores físicas, angústia e medo. Não é
possível continuar a tratá-los como objetos insensíveis.
O
poder público pode tomar medidas práticas como:
garantir que os animais não sejam sacrificados sem anestesia,
proporcionando-lhes uma morte sem dor, nem angústia; criar
um serviço de atendimento a animais atropelados (pelo menos
nas cercanias das cidades) para que não fiquem agonizantes
à beira das pistas, mas tenham seus sofrimentos aliviados
por uma morte misericordiosa; criar um serviço de esterilização
de cães e gatos para evitar a proliferação
descontrolada de animais abandonados e sujeitos ao sofrimento;
abolir o confinamento impróprio em zoológicos e
circos, assim como o treinamento cruel dos animais para o espetáculo
circense. Uma sociedade que toma essas medidas mínimas
está protegendo a si mesma, pois cria as condições
para a formação de seres humanos compassivos, não
violentos, pacíficos, respeitosos para com a vida em suas
várias manifestações. E é disso o
que mais necessitamos, presentemente, no Brasil e no mundo.
Jornal
da Cidade de Bauru - 21/08/2002
AVARÉ PROÍBE USO DE
ANIMAIS EM CIRCOS
|
A
utilização de animais selvagens e exóticos
em espetáculos de circos em Avaré está proibida.
Projeto de lei neste sentido, apresentado pelo vereador Ernesto
Albuquerque (PT), obteve unânime aprovação
da Câmara na sessão doúltimo dia 19. De acordo
com a nova legislação, a licença para instalação
de circos no município só será expedida se
a empresa observar a proibição.
Albuquerque
reconhece que os animais costumam ser a principal atração
de circos e outros espetáculos do gênero, onde o
público tem interesse em ver demonstrações
de submissão de animais ferozes sob o comando de domadores.
"O que a maior parte das pessoas desconhece, no entanto,
são os maus-tratos a que são submetidos os animais,
quer seja durante o processo de adestramento, quer para obter
a performance desejada", explica o vereador.
Segundo
Ernesto Albuquerque, os animais sofrem com as viagens prolongadas,
com a falta de descanso e até com alimentação,
em alguns casos, inadequada."O resultado é, por vezes,
desastroso, com inúmeros acidentes", diz. Em sua justifica,
o vereador petista lembrou a tragédia que vitimou o menino
Miguel Júnior, morto por leões num circo instalado
em Recife, há dois anos, quando foi colocada em xeque a
segurança desse tipo de espetáculo.
Para o vereador a proibição do uso de animais em
espetáculos circenses em Avaré é uma resposta
da sociedade a esse risco potencial. "Entendemos que o circo
deverá ser recriado, ressaltando as habilidades do ser
humano, seu humor, sua magia e sua capacidade de representar a
vida. Na Europa, os circos mais famosos, como o da Rússia
e o Cirque du Soleil, apresentam um espetáculo ímpar,
com nova filosofia circense, sem a apresentação
de animais", concluiu.
JORNAL
O GLOBO/RIO DE JANEIRO - 22.agosto.2002
PORTO
ALEGRE PROÍBE EXIBIÇÃO DE ANIMAIS EM
CIRCOS
|
PORTO
ALEGRE - A Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou nesta
quarta-feira um projeto de lei complementar, proibindo o uso de
animais em espetáculos de circo na cidade. A determinação
deverá entrar em vigor em setembro, depois de ser sancionada
pelo prefeito João Verle.
O
texto, aprovado por 20 votos a favor e dois contra, altera o Código
de Posturas e proíbe o uso de qualquer tipo de animal em
espetáculos circenses na Capital. A lei em vigor vai impedir
aos circos que não comprovarem que não empregam
animais em suas apresentações recebam licença
da prefeitura para se instalarem no município.
O
prazo para que o prefeito sancione a nova lei é de 15 dias
úteis. Se Verle não vetar o projeto, a proibição
entrará em vigor automaticamente depois de encerrado o
prazo.
A
utilização de animais selvagens e exóticos
em espetáculos de circos em Avaré está proibida.
Projeto de lei neste sentido, apresentado pelo vereador Ernesto
Albuquerque (PT), obteve unânime aprovação
da Câmara na sessão doúltimo dia 19. De acordo
com a nova legislação, a licença para instalação
de circos no município só será expedida se
a empresa observar a proibição.
Boletim
do Vereador Adelli Sell - 02-09-2002
BETO CARRERO SONEGA IMPOSTOS
|
Adeli
Sell apresentou reportagem informando que o empresário
Beto Carrero, dono de circo e de um parque temático em
Santa Catarina, foi condenado por sonegação fiscal
de R$ 20 milhões. "Não bastasse os maus-tratos
aos animais e as besteiras que falou à imprensa sobre a
lei que proíbe bichos em circos em Porto Alegre, agora
descobre-se que ele sonega impostos." Os R$ 20 milhões
sonegados, explicou Adeli, são muito mais do que toda a
verba para a assistência social em Porto Alegre nesse ano.
O vereador acrescentou que continuará a denunciar desde
os vendedores de CDs piratas no Centro aos grandes empresários
até a reconquista da decência na sociedade Wilson
Lima, gerente-executivo do Ibama em São Paulo. Cada leão
come cinco quilos de carne por dia e precisa de remédios,
vacinas e exames que custam, em média, R$ 170. Tramitam
hoje no Congresso 17 projetos de lei para proibir a exibição
de animais em circos. Pela estimativa do Ibama, isso significaria
mais cem leões sem destino.
Jornal
O Globo, 06.09.02
IBAMA NÃO SABE COMO MANTER
57 LEÕES
|
SÃO
PAULO. Cinqüenta e sete leões mantidos em vários
estados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) correm
risco de serem sacrificados por falta de abrigo e recursos para
mantê-los. Os zoológicos enfrentam superlotação
e não têm condições de aceitar os leões.
Como se tratam de animais exóticos (não fazem parte
da fauna brasileira), eles também não conseguem
abrigos em parques e reservas nacionais.
Os animais foram resgatados em circos, por causa de maus-tratos;
pequenos zoológicos que foram fechados; ou são vítimas
de abandono por ex-criadores. Muitos estão debilitados.
Falta de dentes, garras arrancadas e desnutrição
são as marcas dos maus-tratos.
-
O problema agora é da sociedade. Ou conseguimos recursos
para mantê-los ou se adota a solução técnica:
mata-se .
CNN
- 10 de setembro, 2002
O REI DOS ANIMAIS ESTÁ SENDO
ABANDONADO PELO BRASIL AFORA.
HÁ LEÕES ATÉ EM DELEGACIAS DE POLÍCIA
|
A
permissão dada pelas autoridades brasileiras para que donos
de circos importem leões da África ocasionou um
problema para a espécie, considerada o "rei dos animais".
Depois de velhos e doentes, os leões que já não
servem mais para o espetáculo com seus domadores são
abandonados pelas cidades por onde a caravana circense passa.
De
acordo com o Centro Nacional de Pesquisa para Conservação
de Predadores Naturais (Cenap), órgão do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), 57 leões estão confinados em pequenas jaulas,
alguns até em delegacias de Polícia, pelo Brasil
afora, deixados à própria sorte por seus antigos
donos. Outros 120 leões e 75 tigres continuam atuando nos
picadeiros, apenas esperando chegar o dia em que serão
também largados, sem piedade ou agradecimento pelos serviços
forçados prestados.
Todos
os 57 leões abandonados estão sob responsabilidade
do Ibama, que começou este mês a discutir o destino
dos animais.
O
diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama, José de
Anchieta dos Santos, afirmou em entrevista que o instituto não
propõe e nem defende a adoção de eutanásia
como solução para o problema dos leões abandonados,
mesmo com as dificuldades existentes para a manutenção
dos animais.
"Buscaremos
soluções menos radicais e mais condizentes com a
ética que prevalece em relação à fauna",
ressaltou.
Para
Anchieta, a eutanásia "só deve ser utilizada
em casos extremos e sempre com acompanhamento médico-veterinário".
Participam
também da discussão sobre o futuro dos leões
de circo a Sociedade de Zoológicos do Brasil, a Sociedade
Paulista dos Zoológicos, a Associação brasileira
de veterinários de Animais Selvagens, a Associação
Pró-Carnívoros, o Comitê de Felinos Brasileiros,
o Comitê de Canídeos, o Fórum Nacional de
Proteção e Bem Estar Animal e a ONG Arca Brasil,
que resolveram trabalhar em conjunto em busca de alternativas
para resolver o problema dos animais abandonados.
Por
outro lado, o Ibama decidiu proibir a importação
de novos animais exóticos e estuda a possibilidade de esterilização
dos animais abandonados para evitar a procriação
indesejada.
O
destino final dos animais entregues aos cuidados do Ibama será
decidido com a ajuda da Câmara Técnica Federal de
Fauna, que tem representantes de todos os segmentos da sociedade
envolvidos com a questão dos animais silvestres.
Os
ambientalistas decidiram lutar no Congresso Nacional pela aprovação
de um projeto de lei proibindo a apresentação de
animais em circos.
Atualmente,
17 propostas do gênero tramitam nas comissões do
Congresso, mas ainda não existe prazo para votação.
Em
contrapartida, alguns estados saíram na frente e já
proibiram que animais sejam atrações em circos.
Um é o Rio Grande do Sul, onde a proibição
causou polêmica entre os donos de circos.
A
proibição foi aprovada pela Câmara dos Vereadores
da capital, Porto Alegre, em agosto, por 20 votos a favor e apenas
dois contra, alterando o Código de Posturas do Município.
No
interior do estado, os circos com animais estão proibidos
em São Leopoldo desde abril, quando a Câmara do município
também aprovou projeto semelhante.
"Quem
faz essas leis esquece de outras atividades com animais, como
corridas de cavalos e de cães. A proibição
é inconstitucional", reagiu à época
o empresário Rolando Garcia, dono do Circo Garcia, um dos
maiores do país.
O
empresário referiu-se ao artigo 215 da Constituição,
segundo o qual o Estado deve apoiar e incentivar manifestações
culturais.
Jornal
Zero Hora (POA/RS), 03/12/2002
CIRCO É ACUSADO DE MALTRATAR
ANIMAIS
|
Um
circo paulista instalado em Pontão, no norte do Estado,
foi denunciado ao Ministério Público por maus-tratos
a animais. Conforme o relato do Conselho de Amigos de Proteção
aos Animais, de Passo Fundo, o circo estaria comprando cães
para alimentar um leão mantido em cativeiro. Conforme a
denúncia, ele estaria sendo mantido em uma jaula pequena
e sem segurança.
A
5ª Companhia de Polícia Ambiental da Brigada Militar foi
acionada e deu prazo até ontem para que o circo apresentasse
a documentação necessária à manutenção
de um animal silvestre e exótico em cativeiro. O proprietário
negou que alimenta o leão com cachorros e sim com carne
comprada em frigorífico. As notas fiscais relativas à
procedência da carne e a licença exigida pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), no entanto, não foram apresentadas. No final da
tarde, o proprietário disse à Brigada Militar (BM)
que hoje mostraria a documentação.
De
acordo com a denúncia, os cães eram colocados vivos
na jaula. A BM, porém, não conseguiu provas da acusação.
O promotor público Paulo Cirne disse que está solicitando
a abertura de um inquérito policial por maus-tratos a animais,
conforme a Lei de Crimes Ambientais de 1998.
Jornal
da Cidade de Bauru: 02.12.2002
CIRCO VAI À JUSTIÇA
PARA EXIBIR ANIMAIS FEROZES
Ieda
Rodrigues
|
O
Circo Estoril, que estreou em Bauru na última sexta-feira,
está pedindo na Justiça autorização
para apresentar, em seus espetáculos, todos os animais
da companhia - chimpanzé, urso, elefante, lhama e camelo.
É
que em função de uma lei municipal, o circo está
proibido de mostrar em seus espetáculos animais ferozes.
Da estréia até agora, foram apresentados apenas
animais domésticos, como cavalo e cachorro.
A
advogada do circo, Jacqueline Didier, acaba de protocolar mandado
de segurança no Fórum de Bauru solicitando autorização
para apresentação de todos os animais. "Queremos
o direito de fazer os espetáculos com todos os animais,
sem restrição", diz.
Ela
argumenta que a lei municipal é inconstitucional, que a
direção do circo deveria ter sido informada sobre
a lei antes da instalação, e que armagará
prejuízo se não puder apresentar todos os animais.
A
previsão da direção do circo é ficar
em Bauru até o dia 16.
Jornal
da Cidade de Bauru: 05.12.2002
JUSTIÇA NEGA PEDIDO DE CIRCO
PARA APRESENTAR ANIMAIS FEROZES
Ieda
Rodrigues
|
O
juiz Gustavo Scaf de Molon,da 3.ª Vara Cível de Bauru,negou
o pedido do Circo Estoril, de apresentar animais ferozes em seus
espetáculos em Bauru.
A
advogada Jacqueline Didier, contratada pelo circo, havia alegado
que a lei municipal que disciplina a apresentação
de circos na cidade é inconstitucional. "Mas o juiz
considera que a lei é constitucional", lamenta.
A
previsão do Circo Estoril era ficar em Bauru até
o dia 16. "Mas a diretoria está reanalisando a temporada
em Bauru porque, sem poder apresentar os animais ferozes, o prejuízo
é grande", afirma Jacqueline. O circo, que estreou
na cidade na sexta-feira passada, está exibindo apenas
animais domésticos, como cavalo e cachorro, para não
desrespeitar a liminar obtida pela prefeitura e a lei municipal.
A
lei, em vigor desde maio desde ano, impede a prefeitura de conceder
alvará para a realização de espetáculos
circenses que utilizem animais ferozes, mesmo que domesticados.